Lama, há muita lama ainda no terreno de mais de 400 mil metros quadrados em que a Cheryergue a sua primeira fábrica brasileira, no município de Jacareí, interior de São Paulo. Máquinas de construção e caminhões dividem espaço com vários operários e engenheiros, em sua maioria chineses, que entram e saem da unidade. Mas já há estruturas de concreto totalmente levantadas. É possível identificar ao se aproximar da unidade, na Via Dutra, os três prédios principais da unidade construídos: um de estamparia e soldagem, outro de pintura e um terceiro de montagem final dos veículos. Todos eles ainda estão vazios e escuros, com algumas estruturas metálicas instaladas.
Assista à entrevista exclusiva com Luis Curi, CEO e vice-presidente comercial da Chery Brasil:
Automotive Business foi recebida com exclusividade por Luis Curi, CEO e vice-presidente comercial da Chery Brasil, na quarta-feira, 16, para conhecer a fábrica, que recebe investimento de US$ 400 milhões desde 2011. Curi admitiu atraso de cerca de seis meses nas obras por causa de dificuldades para obtenção de licenças ambientais e de problemas para instalação da rede de energia, fatores que adiaram a chegada de equipamentos da China. Mas o executivo se mostrou bastante confiante de que a produção começará a partir de agosto deste ano.
“Com um projeto desta magnitude, não esperávamos cumprir a rigor o prazo. Nós tivemos alguns problemas alheios aos nossos planos. Mas tudo foi resolvido e este atraso de cinco a seis meses é completamente aceitável. Entre julho e agosto, a nossa unidade estará pronta para entregar os primeiros automóveis brasileiros”, afirmou.
O executivo calcula que 85% das obras já foram concluídos, a maior parte na linha de montagem, e que a etapa mais difícil já passou. “Estamos agora na fase de recebimento e preparação das máquinas, importadas da China, um processo mais simples e menos burocrático.”
Numa primeira fase, a planta vai montar 50 mil veículos por ano, com a ajuda de mil empregos (200 deles já foram contratados), do modelo Celer nas versões hatch e sedã, com motor flex 1.5. No ano que vem é a vez do subcompacto QQ entrar em linha e dobrar a capacidade da unidade.
A planta de motores, que fica a 5 quilômetros da planta de veículos, também está quase na reta final. Curi diz que por lá não houve imprevistos durante as obras, o que contribuirá para inaugurá-la até o primeiro semestre de 2015. Esta unidade recebe investimento de US$ 130 milhões.
“A fábrica será muito importante para o futuro das nossas vendas no Brasil. Com os imprevistos nas obras, tivemos atraso no ganho de market share. Mas estamos pouco a pouco voltando ao que éramos antes do impacto do aumento do IPI. Esperamos que a economia reaja, e temos a convicção de que o mercado automotivo brasileiro vai se mostrar bastante interessante no futuro próximo”, concluiu Curi.
A Chery espera vender cerca de 20 mil carros após a inauguração e retomar a participação de 0,5% de mercado. Em 2013, suas vendas somaram pouco mais de 9 mil unidades, 40% menores do que as 15 mil de 2012, que já havia sido um resultado debilitado pela sobretaxação de 30 pontos extras de IPI aos veículos importados anunciada em 2011, quando a Chery atingiu seu recorde de 27 mil emplacamentos.
fonte:http://www.automotivebusiness.com.br/noticia/19463/chery-atraso-da-fabrica-e-admissivel
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