Após entrar armado em uma escola municipal de Taubaté na última semana, um ex-aluno da unidade tem ameaçado alunos, professores e funcionários pelas redes sociais. Na internet, ele diz que “não tem medo de ser preso” e que “voltará” [à instituição] caso seja detido. Em tom de revolta ele ainda afirma que a polícia não conseguirá prendê-lo, assustando pais e profissionais que trabalham no local.
O caso teve início na última quinta-feira (18), na escola Judith Campista César, no bairro Vila São Geraldo, quando o adolescente, de 17 anos, invadiu a escola armado e fez ameaças a uma ex-vice-diretora, que não estava no local no momento. Após a ação, ele fugiu.
No sábado (20) ele foi detido por policiais no último sábado (20) no Areão após ser denunciado por estar atirando em uma rua do bairro. Ao ser abordado pelos PMs, o adolescente tentou fugir pulando o telhado das casas, mas foi capturado.
À Polícia Militar ele negou que estava atirando no local. A arma que estaria com ele não foi localizada, mas mesmo assim ele foi levado à delegacia e apresentado ao promotor da Infância e Juventude. Após prestar depoimento, porém, ele foi liberado. A polícia informou que ele já possuía antecedentes criminais.
Na madrugada do sábado, antes do episódio, o jovem utilizou sua página no Facebook para criticar professores e até mesmo o poder público. “Não tenho medo de morrer e se for preso eu volto (...) Vo ta preso e não morto (sic)”, disse em um grupo fechado da escola na rede social.Ameaças
Professores e funcionários também relataram mensagens agressivas, onde o adolescente pede para que eles tomem “cuidado” e diz não temer a polícia. “Ele tem falado que, se for preso, ele volta e mata todo mundo. Queríamos que ele fosse detido pois a qualquer momento ele pode voltar. Ele mora do lado da escola e estamos com medo”, disse uma funcionária, que não quis se identificar.Na madrugada do sábado, antes do episódio, o jovem utilizou sua página no Facebook para criticar professores e até mesmo o poder público. “Não tenho medo de morrer e se for preso eu volto (...) Vo ta preso e não morto (sic)”, disse em um grupo fechado da escola na rede social.Ameaças
De acordo com a profissional, o aluno estudou na unidade até meados do ano passado, quando começou a apresentar problemas com drogas. Anteriormente, segundo ela, o estudante não demonstrava sinais de indisciplina. As mensagens postadas na internet foram encaminhadas à Secretaria de Educação.
Diante da situação, pais de estudantes da escola também estão com receio de levar os filhos à aula. Uma mãe, que preferiu não se identificar, disse que não deixou os filhos irem à escola no fim da semana passada por medo. “Os pais estão bastante assustados, inclusive os alunos, pois já houve ameaças aos ex-colegas também. Na internet ele mandou mensagens falando que ia voltar para matar todo mundo. Meu filho estudou com ele e esse adolescente já teve problemas outras vezes”, afirmou.
Outro lado
Diante das ameaças, a Prefeitura de Taubaté informou que reforçou a segurança na escola e manterá dois guardas municipais no local até que pais e funcionários sintam-se seguros. A prefeitura também afirmou que o prédio conta com câmeras de monitoramento, alarme e rondas periódicas, além de ser considerado seguro – sem outros registros de ocorrências.
Segundo o juiz da Vara da Infância e Juventude de Taubaté, Marco Antônio Montemór, a polícia agiu de acordo com a legislação para liberação do adolescente. “O delegado não pode agir somente pelo clamor de quem esteja reclamando. Deve haver provas e apreensão de uma arma que comprove a ameaça deste jovem. Neste sentido, vejo que ele agiu de conformidade com a lei”, explicou.
Segundo Motemór, porém, a polícia ainda pode solicitar providências à Justiça para esclarecimentos do fato ou até mesmo mandado de apreensão ou autorização para diligência domiciliar. “Esse caso pode ser avaliado posteriormente, mas sim, carece de provas”, afirmou. O juiz também informou que até o momento a promotoria não fez algum tipo de requerimento para dar sequência ao caso.
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