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Paulo Roberto Costa, ex diretor da Petrobras diz; “2% da propina ia para o PT”

Em depoimento prestado nesta quarta-feira (8) à Justiça Federal do Paraná, Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, os dois principais delatores do esquema conhecido como “petrolão”, revelaram que os diretores da Petrobras cobravam 3% de propina nos contratos da estatal. O dinheiro destinava-se a “agentes políticos” e era recolhido, no caso do PT, por operadores como João Vaccari, tesoureiro informal do partido – indicado para a tarefa pelo ex-ministro José Dirceu, segundo Paulo Roberto. ÉPOCA obteve acesso à íntegra dos depoimentos, gravados em vídeo. Neles, a dupla Paulo Roberto e Youssef contam tudo sobre o esquema na Petrobras – com exceção dos nomes dos políticos que receberam propina mas têm foro privilegiado. Esses são investigados pelo Supremo. A confissão dos dois constitui a revelação mais grave desde que as autoridades começaram a investigar o esquema, em março. Confirma, com nomes e detalhes, a série de reportagens que ÉPOCA publica desde o ano passado – sobretudo a desta semana. Vaccari arrecadava para a primeira campanha presidencial de Dilma Roussef, em 2010.
No caso da Diretoria de Abastecimento, ocupada por Paulo Roberto inicialmente por indicação do PP, os 3% eram divididos entre PT e PP – 2% para o PT e 1% para o PP, de acordo com o depoimento. O mesmo esquema, segundo Paulo Roberto, existia nas demais Diretorias da estatal. “Isso foi me dito com toda clareza (por todos os envolvidos)”, disse Paulo Roberto. "Dessa média de 3%, 1% ficava para o PP e 2% para o PT, pelos serviços prestados pela Diretoria de Serviços." O esquema financiava, segundo ele, os caixas do PMDB (Diretoria Internacional) e, mais um vez, do PT (Diretoria de Exploração). O PT tinha direito aos 2% porque as licitações da área de Paulo Roberto eram conduzidas pela Diretoria de Serviços, comandada por Renato Duque, indicado pelo PT. "Todas as licitações da área de abastecimento eram feitas na diretoria de Serviços. (Essa diretoria) Escolhe as empresas, coordena a comissão de licitação, faz o orçamento básico”, disse Paulo Roberto. "Nas outras diretorias só do PT, 3% era só PT. A diretoria Internacional era do PMDB. Tinham recursos para o PMDB."“Dentro da área de serviços, tinha o diretor (Renato) Duque, que foi indicado na época pelo ministro da Casa Civil, José Dirceu”, diz Costa. “Ele (Duque)tinha essa ligação com o João Vaccari dentro desse processo do PT”, completa o ex-diretor. Costa diz, ainda, que a diretoria internacional também fazia parte do esquema. “Na área internacional, era o Nestor Cerveró, que foi indicado por um político e tinha uma ligação muito forte com o PMDB.” De acordo com Paulo Roberto, os dois diretores também recebiam propinas no valor de 3%. O operador do PMDB, segundo Costa, era o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, conforme revelou ÉPOCA.
Paulo Roberto detalhou o reparte dentro do PP. "Do 1% ao PP, a depender do contrato, 60% ia para o partido, 20% (era gasto) com despesas operacionais e os 20% restantes - 70% para mim, em espécie, normalmente, e 30% para Youssef ou Janene”, disse Paulo Roberto. Ele afirmou que recebia o dinheiro normalmente em espécie.
Paulo Roberto disse ainda que a "Transpetro tem casos de repasses para políticos”. Ele contou ter recebido uma “parcela” de R$ 500 mil do presidente da Transpetro, Sérgio Machado, indicado pelo PMDB. Por quê? "Devido à contratação de alguns navios que precisavam passar pelo Abastecimento (área de Paulo Roberto)”, disse. Ele afirmou que o dinheiro foi entregue, em espécie, no apartamento de Sérgio Machado no Rio de Janeiro.
O doleiro Alberto Youssef corroborou o que foi dito por Paulo Roberto Costa sobre o valor e a divisão da propina nos contratos da Petrobras com empreiteiras. Cada contrato rendia uma propina de 3%, dividida entre Paulo Roberto e políticos que o mantinham no cargo. Assim, 1% do valor do contrato era destinado ao PP (Partido Progressista), primeiro padrinho de Costa na Diretoria de Abastecimento. “Sempre se teve um entendimento que a diretoria de Abastecimento era 1%”, disse Youssef. Os outros 2% iam para a diretoria de Engenharia. “Uma obra da Camargo Correa: R$ 3,480 bilhões. Ela tinha... R$ 34 milhões ela tinha que pagar por aquela obra para o PP. Eu era o responsável por essa parte (repassar o dinheiro desviado a políticos do PP). A outra parte eu não era responsável. Ele (Paulo Roberto Costa) tinha que pagar mais 1%, mais outros R$ 34 milhões - ou 2%, no caso como o Paulo Roberto está dizendo - para outro operador, no caso, João Vaccari (tesoureiro do PT). Que assim diziam”.
Youssef afirma que, em uma fase prévia à propina, havia um cartel entre as empresas que participavam das concorrências na Petrobras. Segundo ele, elas não combinavam preços, mas vencedores. “Fixar preços eu não acredito, mas quem venceria o certame, tenho certeza, afirma Youssef. “Era entregue uma lista das empresas que iam participar do certame. E nessa lista já era dito quem ia ser a vencedora. Essa lista era repassada para o Paulo Roberto Costa. Ele podia tanto incluir quanto retirar (uma empresa da lista)”.
ÉPOCA ainda não conseguiu localizar Vaccari, Fernando Baiano, Renato Duque, Sérgio Machado e o advogado de José Dirceu.
No depoimento que prestaram à Justiça Federal, Paulo Roberto e Youssef também falaram sobre a origem do esquema de propina que operavam na Petrobras. O ex-diretor da estatal disse que a operação começou com o ex-deputado mensaleiro José Janene, como revelou ÉPOCA quatro semanas atrás, ligando o mensalão ao pagamento de propina na Petrobras. Quando Janene adoeceu e morreu de cardiopatia em 2010, o esquema passou inteiramente para as mãos de Youssef, afirmou o ex-diretor. Paulo Roberto disse ainda que Janene foi quem o apresentou a Youssef. O doleiro afirmou que operava com obras da Petrobras desde 2005 "por intermédio do deputado José Janene".

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