A General Motors pode paralisar parte da produção em São José dos Campos colocando 400 trabalhadores em férias coletivas a partir do início de abril.
A medida atingiria empregados de vários setores, mas especialmente na linha de produção da S-10.
O assunto foi tratado em reunião da direção da empresa na última segunda-feira, com a participação de Artur Bernardo Neto, gerente de Assessoria Trabalhista e Relações Sindicais da GM.
É o executivo quem negocia com o Sindicato dos Metalúrgicos medidas como lay-off e férias coletivas.
A medida atingiria empregados de vários setores, mas especialmente na linha de produção da S-10.
O assunto foi tratado em reunião da direção da empresa na última segunda-feira, com a participação de Artur Bernardo Neto, gerente de Assessoria Trabalhista e Relações Sindicais da GM.
É o executivo quem negocia com o Sindicato dos Metalúrgicos medidas como lay-off e férias coletivas.
S-10. O VALE apurou que a empresa estoca veículos do modelo S-10, que é feito em São José, para permitir a abertura do período de férias coletivas, que iria de 14 de abril a 5 de maio.
No pátio da empresa, anteontem, a quantidade de caminhonetes chegava a 5.227. A meta seria alcançar 6.000 unidades para decretar as férias coletivas. A GM monta 300 S-10 em apenas um dia.
Procurada ontem, a empresa não comentou o assunto e nem confirmou a interrupção da produção.
Suspensão. A GM vem adotando medidas de suspensão do trabalho desde o ano passado para readequar a produção ao mercado, cujas vendas caíram pelo segundo ano seguido (veja texto nesta página).
Desde o último dia 9 de março, 473 metalúrgicos da unidade de São José estão em lay-off (suspensão temporária de contrato de trabalho). O retorno está previsto para 8 de agosto.
Antes deles, um grupo de 798 trabalhadores havia ficado fora da produção, também em lay-off, entre setembro de 2014 e 13 de fevereiro deste ano.
Os dois contingentes terão três meses de estabilidade, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José, após o retorno às atividades.
Depois desse prazo, porém, os sindicalistas temem que a GM possa demitir trabalhadores na unidade de São José. Segundo eles, o clima é de preocupação na fábrica.
“Não se fala de outra coisa na unidade. O clima é de preocupação”, disse Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José.
“Estamos lutando para evitar qualquer demissão. A GM teve lucro e tem que manter os empregos.”
Cortes. O VALE apurou que a GM estaria estudando um plano de cortar cerca de 5.000 postos de trabalho em todo o país, justamente por causa da queda da venda de veículos.
A demissão poderia atingir principalmente a fábrica de São José, que perdeu um investimento em novos produtos, em 2008, quando não houve acordo entre sindicato e empresa em relação a uma nova grade salarial, mas baixa do que a praticada na unidade, além de flexibilização da jornada na cidade.
A unidade de São José também disputou, no ano passado, um investimento de R$ 2,5 bilhões para produzir um novo carro. Duas fábricas da GM no mundo estavam na corrida, mas até agora o investimento não foi confirmado pela montadora.
Redução. A crise no setor automotivo é apontada pelo economista Fernando Lacerda como o principal motivo de cortes nas montadoras.
Segundo ele, o quadro piora com a retração da economia no país, que não deve crescer acima do esperado em 2015.
“É uma somatória de coisas, mas a queda nas vendas no mercado interno afetou muito as montadoras”, disse o especialista. “Uma melhora pode vir das exportações, com a alta do dólar”.
Carlinhos cobra investimento previsto para a fábrica
São José dos Campos
O prefeito de São José, Carlinhos Almeida (PT), disse ontem que a crise no mercado automobilístico preocupa “todo mundo”, incluindo aí o seu governo.
No ano passado, ele chegou a oferecer vantagens e benefícios para a General Motors na cidade caso a montadora confirmasse os investimentos de R$ 2,5 bilhões na fábrica da cidade, o que não aconteceu.
Segundo ele, qualquer benefício agora só se for atrelado a novos investimentos.
“Se a empresa trouxer investimentos, a prefeitura vai ajudar como pode, com os benefícios que puder conceder”, afirmou o prefeito.
“Mas sem esses recursos chegando não há como oferecer vantagens para a empresa”, completou.
A prefeitura chegou a se comprometer em criar um novo distrito industrial para abrigar ao menos 15 novas empresas fornecedoras da cadeia automotiva caso a GM confirmasse o investimento de R$ 2,5 bilhões na cidade.
Nem isso foi capaz de atrair os recursos para São José, cuja unidade vive um clima de preocupação entre os cerca de 5.200 trabalhadores.
“Ninguém trabalha tranquilo. A gente está preocupado com o que possa acontecer na empresa”, disse Antônio Santos, metalúrgico da GM.
O Sindicato dos Meta-lúrgicos informou que ainda não foi comunicado pela GM de nenhum corte na unidade de São José.
O prefeito de São José, Carlinhos Almeida (PT), disse ontem que a crise no mercado automobilístico preocupa “todo mundo”, incluindo aí o seu governo.
No ano passado, ele chegou a oferecer vantagens e benefícios para a General Motors na cidade caso a montadora confirmasse os investimentos de R$ 2,5 bilhões na fábrica da cidade, o que não aconteceu.
Segundo ele, qualquer benefício agora só se for atrelado a novos investimentos.
“Se a empresa trouxer investimentos, a prefeitura vai ajudar como pode, com os benefícios que puder conceder”, afirmou o prefeito.
“Mas sem esses recursos chegando não há como oferecer vantagens para a empresa”, completou.
A prefeitura chegou a se comprometer em criar um novo distrito industrial para abrigar ao menos 15 novas empresas fornecedoras da cadeia automotiva caso a GM confirmasse o investimento de R$ 2,5 bilhões na cidade.
Nem isso foi capaz de atrair os recursos para São José, cuja unidade vive um clima de preocupação entre os cerca de 5.200 trabalhadores.
“Ninguém trabalha tranquilo. A gente está preocupado com o que possa acontecer na empresa”, disse Antônio Santos, metalúrgico da GM.
O Sindicato dos Meta-lúrgicos informou que ainda não foi comunicado pela GM de nenhum corte na unidade de São José.
Mercado
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