Muitos telespectadores vão sentir falta de Verdades Secretas, novela das onze que termina nesta sexta-feira (26) e fez muita gente dormir mais tarde por três meses. A trama, escrita pelo autor e colunista de ÉPOCA, Walcyr Carrasco, polemizou com o submundo da prostituição, das drogas, consagrou rostos desconhecidos e exibiu atuações inesquecíveis, como Grazi Massafera, que viveu uma modelo viciada em crack. "Grazi possui mais recursos do que imaginava", afirma o autor.
Muitos duvidam do book rosa. É real?
Sim, ele existe e colhi dados a partir da realidade. Como fui repórter por muito tempo, fiz uma pesquisa para mim mesmo sobre o outro lado da moda, o lado que não é só glamour. Foi maravilhoso e também aterrador. Depois disso, a história foi surgindo por si mesma.
A atuação da Grazi o surpreendeu?
Sem dúvida, a Grazi mostrou que é uma atriz capaz de rupturas em seu modo de interpretação e que possui muito mais recursos do que eu imaginava. Hoje ela se firmou como uma das grandes atrizes do país.
A Camila foi uma aposta que deu certíssimo. Era uma novata que, além de linda, mostrou um talento real. Mas a Agatha Moreira (Giovanna), o Gabriel Leone (Guilherme) e o Rainer Cadete (Visky) tiveram interpretações incríveis. Sem falar da Marieta Severo, que abandonou a Dona Nenê que fez durante 14 anos em A Grande Família para fazer a Fanny. O Rodrigo Lombardi também foi incrível e só não falo também da Drica Moraes, porque já conheço seu talento - é nossa sexta novela, mas sempre digo: meu Deus, como ela fez esta cena.
Como será sua próxima trama?
Chama-se Candinho, é a próxima novela das seis. É uma novela que homenageia Mazzaroppi, busca reviver seu humor, se passa nos anos 20 e a estreia está prevista para janeiro. Sem dúvida Camila Queiroz estará nela, Ana Lucia Torre e Rainer Cadete também.
As novelas estão com os dias contados?
Uma coisa que não faço é previsão. Quando leio livros de histórias, sei que se dizia, quando Guttemberg inventou a máquina de imprimir, que o livro iria se extinguir. E depois quando surgiu o cinema, a mesma coisa, que a TV acabaria. No entanto o livro está aí, forte, convivendo com tudo que surgiu. Acho que acontecerá o mesmo com a novela. O que existe é um preconceito intelectual, uma certa diarreia mental segundo a qual, as séries, por excelência, seriam melhores do que as novelas. Não vejo assim.
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