Após diversas rodadas de negociação nos últimos dois meses, a proposta de criação de novo período de lay-off (suspensão dos contratos de trabalho) para os cerca de 1.060 trabalhadores na GM foi aprovada em assembleia realizada nesta quinta-feira (28/04). Os funcionários ficarão mais cinco meses afastados a partir de 09/05, prazo que pode ser prorrogado por mais quatro meses.
Entre as condições estabelecidas entre a direção da empresa e o Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano está o pagamento de cinco salários nominais de forma decrescente limitado a três salários, além de direitos indenizatórios, aos trabalhadores que sejam demitidos pela empresa enquanto o acordo estiver vigente.
“Acredito que o resultado foi razoável frente à realidade econômica brasileira, mas gostaríamos que todos estivessem na fábrica desempenhando seus trabalhos. Pelo menos conseguimos garantir os empregos e um pouco de tranquilidade aos funcionários”, disse o vice-presidente da entidade sindical, Francisco Nunes.
SEM REAJUSTE
Outro item do acordo é não reajustar a inflação nos salários de 2016 de acordo com a data-base da categoria, sendo que os trabalhadores irão receber R$ 8 mil em forma de abono parcelados em dois pagamentos, em maio e agosto. Para 2017 será considerada 70% da inflação no período e R$ 3 mil de abono em abril. “O reajuste dos salários volta ao normal em 2018 independentemente das condições de mercado”, afirmou Nunes.
A negociação também garantiu o pagamento da primeira parcela da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) em maio e a segunda parcela em janeiro do próximo ano. No impasse para a aprovação das condições estava a retirada da cláusula sobre as pessoas com doenças profissionais, que não será alterada e, por isso, houve consenso.
NÃO CONTEMPLADOS
Neste acordo firmado, cerca de 140 trabalhadores do setor de engenharia experimental, conhecido como PPO, não estão contemplados e continuam sem definição sobre o futuro na empresa. O prazo de lay-off deste grupo expira em 08/05, período prorrogado pela empresa durante as negociações. “Vamos continuar discutindo com a empresa, mas eles estão sem projetos a serem desenvolvidos e é uma área muito ociosa”, avaliou o sindicalista.
A GM foi procurada pela reportagem, mas não se posicionou até a postagem desta matéria.
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