"Ele deixou se levar por um sonho fundado em vaidade", fisiculturista morto por anabolizante em Taubaté, SP
Antes e depois fisiculturista Mateus Ferraz Taubaté (Foto: Montagem/G1)
O primo do fisiculturista Mateus Ferraz, que morreu nesta última terça-feira (27) por suspeita de uso excessivo de anabolizantes, desabafou a perda do primo e decidiu fazer um alerta para outros jovens que buscam um 'corpo perfeito'. Segundo Fábio Veronezi, de 27 anos, o primo nunca admitiu o uso de anabolizantes, mas ele desconfiava porque o jovem desenvolveu o corpo de forma considerada muito rápida.
O primo afirma que a dor da família é grande e que a morte precoce de Mateus, aos 23 anos, foi um susto para todos que o conheciam. Ele foi cremado nesta quarta-feira (28) em Taubaté (SP).
"Ele era um menino muito amável, doce e meigo, mas o sonho da vida dele competir, ser fisiculturista. É muito triste morrer desse jeito. A culpa é da vaidade, ele não estava ali apenas em busca do corpo perfeito, mas da aceitação da sociedade, buscando ser valorizado e ele acreditou nisso. Ele não precisava disso", afirmou ao G1.
Fábio contou que o 'vício' de Mateus pela malhação e pelas competições começou em 2014 e que eles já tiveram desentendimentos por causa do estilo de vida adotado pelo primo. Ele comparou a situação a uma doença, como anorexia e bulimia.
"Ele se rodeou de pessoas que incentivavam, ele era ingênuo, não sabia o limite do corpo dele, se deixou levar. Acreditava que não tinha o corpo ideal. Eu já tinha falado para ele parar com o uso de anabolizantes, mas ele negava que usava. Mas pelo crescimento deu para desconfiar", afirmou.
Fábio lamenta o desfecho da vida do primo, mas quer que a perda sirva de lição para outros jovens que seguem pelo mesmo caminho. "Esse não é o melhor caminho, que as pessoas vejam os riscos e não deixem a família e amigos derrotados", desabafou.
Coach
O primo também contou que Mateus fazia acompanhamento com um coach que passava as dietas e orientava os treinos. No entanto, não soube dizer se ele incentivava o uso de anabolizantes.
O primo também contou que Mateus fazia acompanhamento com um coach que passava as dietas e orientava os treinos. No entanto, não soube dizer se ele incentivava o uso de anabolizantes.
O coach foi procurado pela reportagem nesta quarta-feira, mas não quis falar sobre o assunto.
A Polícia Civil investiga a morte do fisiculturista. O IML informou que o hospital atestou que Mateus morreu por insuficiência respiratória.
O médico cardiologista, Marco Calçada, que fez o atendimento do paciente e deu entrevista aoG1 suspeita do uso excessivo de substância ilegais como causa da morte. Um laudo deve ficar pronto em até 30 dias.
Desabafo
Além do médico que atendeu a vítima, o o primo também desabafou nas redes sociais para relembrar que o primo era uma pessoa muito querida, que cresceram juntos e eram melhores amigos.
Além do médico que atendeu a vítima, o o primo também desabafou nas redes sociais para relembrar que o primo era uma pessoa muito querida, que cresceram juntos e eram melhores amigos.
"Deixou se levar por um sonho fundado em vaidade, na sua necessidade de se achar como ser humano, se encontrou nesse estilo de vida, essa corpolatria não deveria ser considerada jamais como esporte, e sim como doença, doença que mata vários jovens todos os anos. Essas competições de fisiculturismo de alto nível, um tremendo vale tudo, pobre de regulamentação", escreveu.
No desabafo, Fábio concluiu que apesar de aparentar ser forte, o primo era uma pessoa frágil.
"Agora me resta guardar nossas memórias no meu coração não esse homem cheio de músculos, que no fundo guardava um ser humano frágil, mas aquele menino doce e meigo de nossa infância", finalizou.
No desabafo, Fábio concluiu que apesar de aparentar ser forte, o primo era uma pessoa frágil.
"Agora me resta guardar nossas memórias no meu coração não esse homem cheio de músculos, que no fundo guardava um ser humano frágil, mas aquele menino doce e meigo de nossa infância", finalizou.
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