A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira (26) o projeto do poder Executivo da reforma trabalhista, que altera mais de 100 pontos da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Foram 296 votos a favor e 177 votos contra: entre os deputados da RMVale, Eduardo Cury (PSDB) e Pollyana Gama (PPS) votaram à favor, enquanto Flavinho (PSB) votou contra.
O único que se manifestou sobre seu voto nas redes sociais foi Flavinho. "Primeiramente acho que seria necessário uma reforma tributária, e isso com certeza ajudaria na questão dos empregadores. É uma grande mentira dizer que essa reforma trabalhista, feita de forma apressada, atropelando todo mundo, vai resolevr o problema dos 14 milhões [de desempregados do país]. O governo passou por cima de tudo e de todos", afirmou o parlamentar.
Questionada, a deputada Pollyana se justificou sobre o voto favorável através de sua assessoria de imprensa. "É importante esclarecer os principais pontos com relação a reforma. Nenhum direito constitucional ao trabalhador foi retirado, estão todos garantidos. Outro ponto, nós acabamos com o imposto sindical. Isso vai fazer com que os sindicatos que realmente trabalhem em prol do trabalhador vão ter crédito, porque os trabalhadores vão querer sim contribuir, mas agora é opcional. Pra evitar a farra que infelizmente muitos faziam. Outro ponto importante: pra cada trabalhador que não foi registrado, teremos multa, isso vai ajudar para podermos formalizar", disse.
Eduardo Cury, que não publica em sua página oficial desde o dia 10 de abril, também não se posicionou publicamente nas redes, mas sua assessoria de imprensa enviou a justificativa do deputado. "A modernização trabalhista acaba com o imposto sindical que obrigava os trabalhadores a sustentar milhares de sindicatos sem representatividade. Esse era um antigo desejo de toda a sociedade brasileira. Nesse momento de crise, a reforma também vai impulsionar a geração de empregos. A regulamentação do trabalho intermitente, por exemplo, dará oportunidades a milhões de trabalhadores, principalmente jovens, que têm horário flexível, e poderão ser contratados com carteira assinada dentro dessa nova modalidade. A reforma não vai mexer nos direitos do trabalhador e sim reformar uma legislação totalmente ultrapassada. Os direitos dos trabalhadores, como férias, 13° salário e FGTS, continuarão valendo como estão, sem qualquer alteração", declarou, em nota.
Votação. Entre as alterações, a medida estabelece que nas negociações trabalhistas poderá prevalecer o acordado sobre o legislado e o sindicato não mais precisará auxiliar o trabalhador na rescisão trabalhista.
Pela oposição, PT, PDT, PSOL, PCdoB e Rede se posicionaram contra o projeto. O PSB, SD e PMB também orientaram suas bancadas a votar contra a aprovação do texto-base. O PHS liberou a bancada. Os demais partidos da base governista votaram a favor do projeto de lei.
A sessão que aprovou a reforma foi aberta na manhã desta quarta-feira e se estendeu até depois das 22h, com o final da votação do mérito da reforma. O texto, agora, segue para o Senado.
fonte: O Vale
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