Os ônibus do transporte coletivo não saíram da garagem na manhã desta sexta-feira (28) em São José dos Campos. A informação é dos Sindicato dos Condutores que decidiu pela paralisação em protesto contra a reforma trabalhista e da Previdência.
Segundo a entidade, os ônibus não saíram da garagem a partir das 5h para iniciar as atividades. Foram feitos bloqueios em frente às garagens das empresas Saens Penna, Expresso Maringá e CS Brasil, que operam o transporte coletivo na cidade.
Os trabalhadores discutiram em assembleia nesta manhã a adesão ao movimento.
Nesta quinta-feira (27) a Justiça determinou que os motoristas e cobradores mantivessem 50% dos serviços para a população, sob pena de multa der R$ 100 mil ao sindicato da categoria caso a determinação seja descumprida.
O BusVale, que responde pelo consórcio 123, que opera o transporte público em São José, disse em nota que lamenta a paralisação promovida pelo Sindicato dos Condutores do Vale do Paraíba. "Esta medida extrema gera apenas transtornos à cidade, à região do Vale do Paraíba e aos cidadãos", afirmou.
A entidade também afirmou que paralisação, motivada por questões que tramitam na esfera federal, como as propostas para a peforma da previdência e trabalhista, estão além das possibilidades de negociação da entidade e dos órgãos municipais competentes.
Além disso, manifestantes atearam fogo em pneus e obstruíram a avenida JK, em São José, próximo à loja da Havan.
Apesar de uma liminar que impede bloqueio na rodovia, a Dutra foi bloqueada por cerca de 1 hora com pneus em chamas. A ação começou por volta das 7h na pista sentido Rio de Janeiro na altura do km 145 em São José. (leia mais sobre bloqueios nas rodovias abaixo)
Por volta das 8h, um grupo de servidores se mobilizou em frente ao Paço em São José. Uma liminar obtida pela prefeitura impede a paralisação total da categoria nesta sexta. Serviços essenciais devem ser mantidos.
Jacareí
Os ônibus da JTU, que saem da garagem por volta das 4h, não deixaram a garagem para prestar o serviço em Jacareí nesta sexta-feira. Sindicalistas permanecem em frente à empresa com um bloqueio.
Taubaté
O Sindicato dos Condutores também mantém bloqueios em frente a garagem da empresa Pássaro Marrom, que faz as linhas intermunicipais a partir de Taubaté para cidades vizinhas, como Pinda e Tremembé. Pelo menos 15 veículos que fariam linhas entre as cidades não saíram nesta sexta.
Ainda segundo o sindicato, no caso da operadora do transporte municipal, 28 ônibus da frota da ABC deveriam circulam - correspondente a 30% dos veículos. Até 7h nenhum veículo havia saído do local por falta de efetivo.
Para tentar evitar transtorno, a prefeitura autorizou nesta quinta que os 284 taxistas da cidade façam 'lotação' ao custo de R$ 3,30 por passageiro. O transporte complementar, operado por 52 veículos da Tctau, opera normalmente.
O comércio deve funcionar normalmente no centro, segundo os lojistas.
Pindamonhangaba
Na cidade, três ônibus da empresa Viva Pinda, que fazem o serviço de transporte coletivo, foram paradas em bloqueios em vias da cidade.
O primeiro foi usado para bloquear a SP-62 e um na altura do bairro Santa Cecília e na estrada do Atanázio. A empresa informou que, apesar disso, os demais veículos que saíram da garagem estão operando normalmente.
Os bloqueios impedem o acesso dos trabalhadores à fábricas da Gerdau, Confab e Novellis.
São Sebastião
Manifestantes tentaram obstruir por volta das 6h15, na altura da praia das Cigarras, em São Sebastião, a rodovia Rio-Santos. Após cerca de 15 minutos, eles foram retirados do local e o tráfego liberado.
Dutra
A estrada de Pagador Andrade, que fica na marginal da Dutra e dá acesso a empresas como Ambev e Chery, ambas em Jacareí, foi interditada por manifestantes no início desta manhã.
O grupo fez um bloqueio e ateou fogo em pneus para bloquear a passagem de carros. Além disso, os manifestantes ocupam o trecho com carros de som. Não há bloqueios neste trecho da rodovia, que tem trânsito normal.
Em São José dos Campos, um grupo de manifestantes tentou bloquear a Dutra na altura do Km 141 por volta de 6h, mas foi retirado pela polícia. Houve registro de lentidão no local. Também houve registro de manifestantes pelo canteiro na altura do Km 145 a partir das 6h.
Já às 7h, os manifestantes ocuparam a rodovia por cerca de 1 hora na pista sentido RJ e interromperam o tráfego. Houve tumulto com intervenção da polícia quando um motociclista tentou 'furar' o bloqueio. O local foi liberado às 8h06, segundo a concessionária e o congestionamento era de cerca de 1 quilômetros.
A concessionária que administra a Dutra informou também que havia por volta das 6h30 registros de manifestações nas proximidades da rodovia em Caçapava e Taubaté, na altura dos Kms 127 e 116 respectivamente. Nos dois casos, há acúmulo de manifestantes às margens da via, mas sem interdição.
Na Dom Pedro, na altura de Atibaia, também houve bloqueio na altura do centro empresarial antes das 7h, nos dois sentidos. Por volta de 7h20, apenas uma pista em cada um dos sentidos, foi liberada para tráfego.
Fábricas
O movimento grevista também bloqueia a entrada ao menos quatro fábricas na região nesta sexta-feira. Há registros de paralisação em empresas como Johnson & Johnson, MWL, Revap e Volkswagen.
Em outros casos, como da Embraer e General Motors, ambas em São José, os funcionários foram dispensados do trabalho pelas empresas anteriormente.
Apreensões
A Polícia Militar informou que apreendeu 41 pneus usados e 4 galões de óleo diesel às 4h30 nesta sexta em Pinda. O Sindicato dos Metalúrgicos, acusado pelo motorista de ser dono do material, diz desconhecer a informação.
Segundo a PM, os pneus estavam em uma caminhonete que trafegava pela avenida Fortunato Moreira, na região central da cidade.
O condutor do veículo era um homem de 52 anos que, após indagado pelos policiais, disse ter sido contratado por 100 reais pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba para levar o material até o pedágio da Água Preta, na estrada que liga Pindamonhangaba ao distrito de Moreira Cesar. O sindicato nega. O motorista e o material foram levados ao 1º DP de Pinda.
Nesta quinta-feira (27), a PM em São José recolheu pneus sem nota fiscal e apreendeu um caminhão, por problemas com a documentação, em frente à sede do clube do Sindicato dos Metalúrgicos. A suspeita é que os pneus seriam usados durante os protestos desta sexta.
fonte: G1
Comentários